Por Izabel Rosa Cardoso Pellicciari*
Durante alguns anos de trabalho no programa para crianças obesas, deparamo-nos com situações diversas apontadas por pais e filhos na luta contra o ganho de peso. Sabemos que às vezes os esforços são infrutíferos, e a família se vê com um problema sem solução. O que fazer? Onde erramos? De quem é a culpa? O que está errado com meu filho? Essas são perguntas frequentes que a maioria dos pais nos faz. Não temos fórmulas milagrosas, mas caminhos diferentes para sugerir.
A criança obesa, por si só, já apresenta sua própria limitação, angustia-se diante de alimentos proibidos e tem autoestima prejudicada. Ela se vê em um labirinto sem solução. Angústia, depressão, falta de perspectiva e sedentarismo somam-se à alimentação errada e exagerada, agravando o problema da obesidade. Pais, é de vocês a ajuda que seus filhos tanto esperam. Encare com ele esta batalha, orientando as mudanças nos hábitos familiares. Sim, familiares, pois ele não pode olhar para um alimento de "desejo" à mesa e ouvir: “Isso você não pode comer”.
Os pais devem servir de modelo para os seus filhos, e suas atitudes podem ajudar muito na prevenção e no controle do ganho de peso.
- 1. Faça uma lista dos produtos que devem ser comprados no supermercado.
- 2. Não vá ao supermercado de barriga vazia. Coma antes.
- 3. Evite gastar tempo nas gôndolas de doces, biscoitos e refrigerantes no supermercado.
- 4. Tenha o hábito de procurar por alimentos integrais, frutas, verduras, carnes magras.
- 5. Evite produtos prontos de tempero. Use temperos naturais como salsinha, coentro, tomilho, cebolinha, alecrim. Se possível, cultive-os em casa em pequenos vasos.
- 6. Esqueça frituras. Se for o caso, asse a batata.
- 7. Procure oferecer alimentos a cada 3 horas e não pule as principais refeições.
- 8. Não saia de casa sem tomar o café da manhã completo.
- 9. Incentive o hábito de comer frutas, verduras e legumes. Leve seu filho à feira para que conheça as frutas, seu cheiro e sabor.
- 10. Pratique uma atividade física, brinque com seu filho. Mesmo em pequenos espaços, é possível jogar amarelinha, pular corda, jogar peteca, brincar de bambolê.
- 11. Parabenize seu filho a cada conquista.
Izabel Rosa Cardoso Pellicciari é pediatra com formação pela Santa Casa de São Paulo, UTI pediátrica pelo Hospital Infantil Cândido Fontoura, de São Paulo. É especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e gestora do programa Mais (Modelo de Alimentação Infantil Saudável), da AMIL.